Nasceu em
Acari-RN, em 21 de agosto de 1765, filho
do homônimo Tomás de Araújo Pereira e d. Tereza de Medeiros. Oficialmente foi o
primeiro residente da Província do Rio Grande do Norte, substituindo Manuel
Teixeira Barbosa que assumira o cargo interinamente por força de lei (v.
verbete anterior). Nomeado por Carta Imperial de 25 de novembro de 1823, foi
empossado a 5 de maio de 1824 e deixou o governo a 8 de setembro do mesmo ano:
Não resistiu mais de quatro meses, diz CÂMARA CASCUDO, deixando a cidade
convulsa e os espíritos em verdadeira ebulição(1989, p. 205). Com efeito, foi
uma época de extremas dificuldades político-sociais. Afora o estado de anarquia
em que se encontrava a província, o movimento denominado Confederação do
Equador (também mencionado no verbete supracitado), que irrompera em julho
daquele ano (1924) em Recife e se estendera até o Ceará, constituía sério
obstáculo à ação governamental. Pereira de Araújo não aderiu formalmente a Paes
de Andrade, chefe da revolução, por interferência de um dos seus secretários,
Agostinho Leitão de Almeida, (...) que se tornou o sustentáculo da legalidade
junto ao Senado da Câmara e possivelmente um dos instigadores das intentonas
para a deposição do velho e achacado presidente (op. cit., p. 205). Corrobora e
sintetiza TAVARES DE LYRA: Tomás de Araújo Pereira não era, em todo caso, o
homem indicado, para governar a Província. A sua idade avançada, a sua
cegueira, que se ia tornando completa, e, mais do que isto, às ligações
políticas que tinha, fazendo-o partidário intransigente, eram qualidades
(condições) que contra-indicavam a sua escolha naquela quadra, mesmo que
tivesse o espírito aparelhado para desempenhar condignamente a função de que
fora investido (1982, pp. 224-225), quadra em que prevalecia o exacerbamento
das paixões políticas, dos ódios e desejos de desforras. Certo, portanto,
TAVARES DE LYRA, quando classifica a passagem de Tomás de Araújo Pereira pelo
governo de efêmera. Faleceu o ilustre conterrâneo em Acari, a 20 de maio de
1847.
FONTES:
CÂMARA
CASCUDO, Luís da. Governo do Rio Grande do Norte, 2° volume. Mossoró: Coleção
Mossoroense, série "C", vol. DXXXI 1989. __________________.Uma
História da Assembleia
legislativa
do Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto, 1972.TAVARES DE LYRA,
Augusto. História do Rio Grande do Norte, 2ªedição. Brasília: Fundação José
Augusto/Senado Federal, 1982. Personalidades históricas do RN (séc. XVI a XIX),
Natal: CE
PEJUL/FJA,
1999
FONTE - FUNDAÇAÃO JOSÉ AUGUSTO
De sua vida e temperamento há muitas lendas, mas
se sabe que "era rigoroso no castigo aos seus familiares, usando a
palmatória e uma pequena prisão, a 'cafua'. Manoel Dantas conta algo curioso,
que pode ser até uma anedota, contudo, diz muito da personalidade de Tomás de
Araújo: estava velho, quase cego. Pediu a seu neto padre, que se chamava também
Tomás (o Padre Tomás Pereira de Araujo), que o ouvisse em confissão. O jovem
sacerdote relutou, porém, o velho patriarca não admitiu a recusa e tanto fez
que terminou se confessando ao seu neto. Após a confissão, como penitência, o
padre Tomás determinou que o avô ficasse preso meia hora na 'cafua. Cumpriu a
penitência. Depois, chamou um pedreiro e mandou demolir o cubículo."
FONTE
GENI