terça-feira, 8 de janeiro de 2019

TOMÁS DE ARAÚJO PEREIRA


Nasceu em Acari-RN, em 21 de agosto de  1765, filho do homônimo Tomás de Araújo Pereira e d. Tereza de Medeiros. Oficialmente foi o primeiro residente da Província do Rio Grande do Norte, substituindo Manuel Teixeira Barbosa que assumira o cargo interinamente por força de lei (v. verbete anterior). Nomeado por Carta Imperial de 25 de novembro de 1823, foi empossado a 5 de maio de 1824 e deixou o governo a 8 de setembro do mesmo ano: Não resistiu mais de quatro meses, diz CÂMARA CASCUDO, deixando a cidade convulsa e os espíritos em verdadeira ebulição(1989, p. 205). Com efeito, foi uma época de extremas dificuldades político-sociais. Afora o estado de anarquia em que se encontrava a província, o movimento denominado Confederação do Equador (também mencionado no verbete supracitado), que irrompera em julho daquele ano (1924) em Recife e se estendera até o Ceará, constituía sério obstáculo à ação governamental. Pereira de Araújo não aderiu formalmente a Paes de Andrade, chefe da revolução, por interferência de um dos seus secretários, Agostinho Leitão de Almeida, (...) que se tornou o sustentáculo da legalidade junto ao Senado da Câmara e possivelmente um dos instigadores das intentonas para a deposição do velho e achacado presidente (op. cit., p. 205). Corrobora e sintetiza TAVARES DE LYRA: Tomás de Araújo Pereira não era, em todo caso, o homem indicado, para governar a Província. A sua idade avançada, a sua cegueira, que se ia tornando completa, e, mais do que isto, às ligações políticas que tinha, fazendo-o partidário intransigente, eram qualidades (condições) que contra-indicavam a sua escolha naquela quadra, mesmo que tivesse o espírito aparelhado para desempenhar condignamente a função de que fora investido (1982, pp. 224-225), quadra em que prevalecia o exacerbamento das paixões políticas, dos ódios e desejos de desforras. Certo, portanto, TAVARES DE LYRA, quando classifica a passagem de Tomás de Araújo Pereira pelo governo de efêmera. Faleceu o ilustre conterrâneo em Acari, a 20 de maio de 1847.
FONTES:
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Governo do Rio Grande do Norte, 2° volume. Mossoró: Coleção Mossoroense, série "C", vol. DXXXI 1989. __________________.Uma História da Assembleia
legislativa do Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto, 1972.TAVARES DE LYRA, Augusto. História do Rio Grande do Norte, 2ªedição. Brasília: Fundação José Augusto/Senado Federal, 1982. Personalidades históricas do RN (séc. XVI a XIX), Natal: CE
PEJUL/FJA, 1999
FONTE - FUNDAÇAÃO JOSÉ AUGUSTO
De sua vida e temperamento há muitas lendas, mas se sabe que "era rigoroso no castigo aos seus familiares, usando a palmatória e uma pequena prisão, a 'cafua'. Manoel Dantas conta algo curioso, que pode ser até uma anedota, contudo, diz muito da personalidade de Tomás de Araújo: estava velho, quase cego. Pediu a seu neto padre, que se chamava também Tomás (o Padre Tomás Pereira de Araujo), que o ouvisse em confissão. O jovem sacerdote relutou, porém, o velho patriarca não admitiu a recusa e tanto fez que terminou se confessando ao seu neto. Após a confissão, como penitência, o padre Tomás determinou que o avô ficasse preso meia hora na 'cafua. Cumpriu a penitência. Depois, chamou um pedreiro e mandou demolir o cubículo."
FONTE GENI

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